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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Irmão Lobo de Carla Maia de Almeida pela Planeta Tangerina

Irmão Lobo é o segundo livro da coleção Dois passos e um salto da Planeta Tangerina, uma coleção de livros ilustrados para gente mais crescida. Foi escrito por Carla Maia de Almeida e ilustrado por António Jorge Gonçalves.

Sobre a autora:



Carla Maia de Almeida nasceu em Matosinhos, a 12 de Janeiro de 1969. 
É jornalista de imprensa desde 1992 e escreve atualmente na revista LER sobre livros infanto-juvenis, área em que também faz traduções e formação. Licenciada e pós-graduada em Comunicação Social pela Universidade Nova de Lisboa, tem uma Pós-Graduação em Livro Infantil pela Universidade Católica Portuguesa. Na Caminho, publicou O Gato e a Rainha Só (ilustrações de Júlio Vanzeler, 2005); Não Quero Usar Óculos (ilustrações de André Letria, 2008), também editado no Brasil pela Peirópolis; Ainda Falta Muito? (ilustrações de Alex Gozblau, 2009); e Onde Moram as Casas (ilustrações de Alexandre Esgaio, 2011). Publicou ainda um conto na coletânea Capuchinho Vermelho: Histórias Secretas e Outras Menos (Bags of Books, 2012) e A Lebre de Chumbo, uma edição da APCC — Associação para a Promoção Cultural da Criança (ilustrações de Alex Gozblau, 2012). 

Vive em Lisboa e tem um blogue chamado O Jardim Assombrado.


Sobre o ilustrador:



Nasceu e vive em Lisboa.
Licenciou-se em Design de Comunicação, na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa e fez mestrado em Cenografia de Teatro na Slade School of Fine Art, de Londres, onde foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.
O seu trabalho envolve ilustração editorial, performance visual e cartoons políticos.
É autor dos álbuns de banda desenhada da série Filipe Seems (com Nuno Artur Silva) e das novelas gráficas A Arte Suprema e Rei (com Rui Zink).
Fez direção visual em várias peças de teatro, entre as quais O que diz Molero eArte (encenações de António Feio) e Como fazer coisas com palavras (com Ricardo Araújo Pereira).
Criou o projeto Subway Life, desenhando pessoas sentadas nas carruagens do Metro de muitas cidades do mundo.  
Escreveu e realizou o filme/espetáculo Lisboa quem és tu? para ser projetado nas muralhas do castelo de São Jorge, em Lisboa.
Na última década, as suas performances de Desenho Digital têm tido lugar um pouco por todo o mundo, envolvendo artistas como Bulllet, Kalaf, Amélia Muge, Micro Audio Waves, Gino Robair, Ellen Fullman, Mário Laginha ou Bernardo Sassetti.
Leciona Espaços Performativos no Mestrado em Artes Cénicas (FSCH, Lisboa).



Sobre a obra:



"Malik. Penso nele como um totem que mantinha a tribo unida, a tentar adaptar-se ao apartamento e a sonhar com o seu antigo tipi rodeado de verde.
Nas poucas fotografias que tirámos depois de ele partir, parecemos um punhado de moedas atiradas ao ar, caídas ao acaso, afastadas umas das outras. Esta, por exemplo, com a Blanche a olhar para mim, Alce Negro a olhar para o céu, o Fóssil a olhar para os ténis e a Miss Kitty de óculos escuros, a olhar para dentro, para os lugares onde só ela entrava. 
Depois daquele verão em que tudo começou a arder, nunca mais aparecemos os cinco nas fotografias. Foi o verão da Grande Travessia no Deserto da Morte. Ou, simplesmente, o verão da Grande Travessia.
Lembro-me como se fosse hoje."

Numa narrativa a duas vozes, esta é a história de uma família obrigada a mudar de vida e também de uma viagem por um país que se desmorona. Nela se cruzam a voz da Bolota, 8 anos, quando parte "em expedição pela estrada fora, em direção ao fogo e ao centro da Terra"; e a da mesma personagem, já adolescente, recordando a estranha aventura passada na infância.
(contracapa)

Opinião Pública:

Em Irmão Lobo, Carla Maia de Almeida conseguiu um pequeno milagre: mostrar a partir de dentro, com o equilíbrio certo de rigor narrativo e pensamento mágico (sublinhado pelas extraordinárias ilustrações de António Jorge Gonçalves), a história de uma família em processo de desagregação.(...)
À medida que as dificuldades se acentuam, todos têm de aprender a "respirar debaixo de água" ou a "flutuar". E depois há a sombra da morte, raras vezes aflorada num livro juvenil de forma tão pungente, sem deixar de ser subtil e delicada, apenas sugerida no movimento de um corpo que se afasta, "desaparecendo onde o fumo se misturava com a noite".

José Mário Silva, revista LER

Livro para crianças e adolescentes? Apenas meia verdade. “Irmão Lobo” é um livro tão bom que todos os crescidos deveriam ser obrigados a lê-lo.

Pedro Miguel Silva, Site Rua de Baixo 

(...) A descrição dos estados de alma é tão cuidada que se torna impossível que o leitor não se emocione. Há uma espécie de diálogo imanente com a experiência íntima de cada um e, sem qualquer retórica universalizante, este é um livro que potencialmente se inscreve em todos os leitores. Esperança, redenção, castigo, cobardia, perda, renascimento, sobrevivência, resistência…

O fôlego desta narrativa é imenso, e as ilustrações, apenas a azul e preto, deixam sinais de vazio, de vestígio, de último reduto de segurança. (...) António Jorge Gonçalves reforça momentos da narrativa com perspetivas espaciais que ampliam as inferências emocionais do texto. (...) 

Andreia Brites, Revista Blimunda/ Fundação Saramago 

Irmão Lobo é uma novela avassaladora no modo como indaga a natureza dos afectos e o modo como construímos o nosso lugar no mundo, entre memória e dúvida e sempre com os mortos por perto.

Sara Figueiredo Costa, Revista Atual/ Expresso

 

A minha opinião
Uma escrita aditiva e emocionante, onde a Bolota dos 8 anos e a Bolota adolescente vão narrando a sua experiência através dos olhos da sua idade, dos seus medos, esperanças e desejos. 
Quando a sua tribo (família) se vê obrigada a mudar das vastas planícies para a grande cidade, Bolota vai assitir à desintegração das relações familiares. O colapso da famíli levará o pai de Bolota, o Alce Negro ou o Homem de Gelo, a querer regressar com Bolota ao início, às boas memórias da família feliz e unida. Os dois irão fazer a Grande Travessia no Deserto da Morte. 
Uma história sobre as relações familiares, sobre o ritmo citadino, sobre as memórias, esperanças e sobre perdas. 
Fiquei encantada pela inocência e prespicácia de Bolota aos oito anos. Ver a vida através dos seus olhos é um desafio para qualquer adulto, tornando este livro mais que um livro infanto-juvenil. É um livro para todas as idades.
Um relato de uma família em vias de estilhaçar, num redemoinho formado pelo ritmo louco da cidade, pelas expectativas frustradas e pelos problemas monetários que são a realidade dos nossos dias. Lida com temas difíceis de engolir, quanto mais explicar a crianças, como o divórcio, o abandono, a falta de amor, a morte...
Com um final muito emotivo, é difícil não sentir o nó seco na garganta ou até uma lágrima tímida no canto do olho.


Leitura recomendada!
Avaliação: 9/10

1 comentário:

  1. Gostei muito do blog, da critica e especialmente fiquei curiosa com o livro. Para quem tem uma piolha de 8 anos em casa, acho que me vou deliciar com a personagem e fazer o paralelismo com a realidade.
    Se calhar nem passa deste fds.
    Continua!
    Bjs
    Susana Ferreira

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